quarta-feira

We had our time.

"Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.
Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto mais longe mais perto de ti.
Vozes ao longe chamam por mim,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão,
Milagres, duendes, rasgos de paixão.
Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto mais longe mais perto de ti.
Ouço os segredos do fundo do mar,
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.
Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto mais longe mais perto de ti.
mais perto de ti
mais perto de ti
mais perto de ti..."
Pedro Abrunhosa


Não há orgulho que dure a vida inteira, não há whisky que não liberte a mente nem sono que se sobreponha ao desejo fisico. E eu sabia que um dia, por mais tardio que fosse, o tempo iria retroceder.
Fui estranha num corpo conhecido, fria num abraço quente, perto numa cabeça muito longe, entregue a um momento que desejei vezes sem conta,nos dias em que esse silêncio que fazias me rasgava a pele.
O que é que ficou? A certeza de que a vida é feita de breves instantes, de pessoas e de acções. A certeza de que, REPETIR NUNCA É REPETIR, porque nunca nada será como um dia foi.
Desejei que tudo fosse assim, a marca de uma última noite (talvez), onde os corpos se uniram, onde os pensamentos se perderam, a respiração nunca foi constante, os beijos foram quentes e os abraços apertados. Desejei não perder este jogo, e fechei aquela porta com a certeza de que agora, estamos em pé de igualdade. EU QUIS ASSIM.
Foi troca por troca, tempo por tempo, desejo por desejo, afecto por afecto. Se queria mais? Hummmmm, acho que não!Percebi que realmente são poucos os pontos finais na minha vida e que, nesta história ficou só mais uma virgula,e algumas reticências...

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